Você possui aquele constante medo da solidão? Tem dificuldades em passar momentos consigo próprio e tem medo do abandono? Mesmo quando você está rodeado pelos seus amigos, familiares e pessoas que gosta ainda sente que em algum momento eles irão lhe abandonar ou cansar de você, sem motivo algum? Então, talvez você esteja lidando com a chamada autofobia e o medo de ficar sozinho.
O que é autofobia?
Apesar de ser parecida e as vezes até mesmo confundida com a solidão, a autofobia possui suas características próprias e é diferente da mesma, ela ultrapassa o limite do medo da solidão.
Como o próprio nome sugere, na autofobia o ser humano tem medo de se encontrar sozinho ou isolado de algum modo, possui um medo constante de ser ignorado, ficar abandonado ou acabar sem nenhum contato com outro ser humano.
Sabe quando uma pessoa está muito estressada e diz “queria ir pra uma ilha sozinha sem ter contato com ninguém”? Então, apenas de pensar nessa hipótese, uma pessoa com autofobia já fica com calafrios.
Autofobia: Sintomas
A autofobia pode apresentar sintomas tanto físicos quanto emocionais:
Sintomas físicos da autofobia:
- Tontura;
- Náusea;
- Sudorese;
- Boca seca;
- Taquicardia;
- Falta de ar.
Sintomas emocionais da autofobia:
- Estresse;
- Raiva generalizada;
- Ciúmes excessivo;
- Pânico;
- Medo de locais desconhecidos;
- Medo de morrer.
Comumente os sintomas físicos são facilmente confundidos com as mesmas reações de uma crise de ansiedade, uma vez em que seu cérebro encontra uma situação de perigo (medo do abandono) e então começa a agir em seu corpo, alguns tremores e dormência em algumas regiões também podem ser constatados.
É importante lembrar que esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa e que é sempre melhor procurar ajuda médica se você estiver se sentindo muito ansioso ou deprimido.
Causas da autofobia
Não existem causas específicas para o desenvolvimento da autofobia, porém os motivos mais comuns para o surgimento são:
- Abandono paterno ou materno durante a infância, fazendo com que mesmo durante a fase adulta a pessoa acredite que as pessoas importantes em sua vida, em algum momento, irão a abandonar, se dando a autofobia então decorrido a experiência traumática na infância;
- Experiência de luto durante a infância, culminando a uma mudança muito drástica no estilo de vida. Em algumas situações, a morte de um pai, mãe ou um dos responsáveis pela criança acaba afetando muito mais que o emocional, causando problemas financeiros por exemplo, tendo a necessidade de se mudar de residência, etc. São situações que apenas fazem com que o trauma seja ainda mais profundo;
- Pode também acabar se desenvolvendo na fase adulta, em algumas situações a pessoa se encontra emocionalmente ou financeiramente dependente de outra pessoa que pode vir a falecer ou realmente ir embora; levando consigo todas as pendências emocionais ou financeiras que o outro depositava em si.
- Pode ser desencadeada por experiências traumáticas ou estressantes, como bullying ou abuso, ou pode ser um sintoma de outros transtornos de saúde mental, como transtorno de ansiedade ou transtorno de personalidade.
É importante lembrar que cada pessoa é única e que as causas da autofobia podem variar.
Tratamento da autofobia
O tratamento psicológico / psiquiátrico nestas situações é de extrema importância para tratar a autofobia.
Como não existe um tratamento específico para a cura dessa fobia, o acompanhamento psicológico profissional é a melhor forma de entender e controlar a situação.
Durante uma sessão, por exemplo, serão tratados os pontos que podem ter desencadeado a fobia no paciente e influenciar o mesmo a compreender melhor os próprios sentimentos.
Além do acompanhamento psicológico é importante que a pessoa com tal síndrome trabalhe com a autoconfiança e autoconhecimento, desenvolvendo cada vez mais o amor próprio, sabendo lidar com momentos de solitude e ainda contar com um bons laços de amizade e familiares.
É recomendado para um “auto fóbico” que o mesmo consiga manter diálogos abertos e constantes com aqueles que possui um relacionamento mais próximo, sejam amigos ou familiares, onde o mesmo terá uma maior facilidade de se abrir e mostrar suas dificuldades e problemas com determinadas situações.
Assim, conseguirá manter relacionamentos onde as pessoas possuem conhecimento de sua situação e mantenham um maior respeito e compreendimento para com a saúde mental da pessoa.
A Solitude no Tratamento da Autofobia
A solitude possui como definição um isolamento voluntário. Tal termo também pode ser visto como “a glória e felicidade de estar sozinho”.
Uma ótima forma de pessoas com a autofobia conseguirem lidar melhor com seus próprios sentimentos e até mesmo controlarem sua fobia é a prática da solitude, que consiste em procurar pelo isolamento voluntário e conseguir aproveitar da própria companhia.
Quer algumas boas sugestões de como praticar a solitude e se sentir bem consigo mesmo? Veja abaixo:
Fique sozinho
A ideia de “ficar sozinho” não significa que você necessariamente deve se trancar em seu quarto e ficar sem qualquer barulho ou contato com diferentes pessoas, mas sim, conseguir aproveitar da própria companhia, nas mais diversas situações.
Tire um dia e caminhe no parque sozinho, coma um lanche na sua lanchonete favorita, vá ao cinema assistir aquele filme que está esperando a tempos, sem necessariamente precisar de uma pessoa ao seu lado para fazer tudo isso.
Autocuidado
Tire um momento diário ou reserve um dia na semana para cuidar de si mesmo.
Medite, coma coisas saudáveis, abuse dos produtos de beleza, faça limpezas de pele, hidrate o cabelo, use um óleo essencial de hortelã na hora do banho para se sentir revigorado…
As opções são diversas e você se sentira muito bem cuidando de si mesmo.
Hobbies
Procure por hobbies dos quais você possa praticar sozinho, jardinagem, leitura, jogar videogame, praticar a yoga e meditação, culinária; existem muitas coisas legais para se fazer em sua própria companhia.
Para encerrar, tenha paciência consigo mesmo. A autofobia pode ser desesperadora em algumas situações, poderão haver momentos em que o medo do abandono irá surgir, mas é importante manter a calma e o controle sobre as próprias emoções.
Conte com um bom circulo de amigos e familiares que possam lhe ajudar nestes momentos, e, é claro, faça um acompanhamento psicológico profissional para a sua constante evolução para o tratamento e controle desta fobia.
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