O inverno é agora

🧔🏻 Escrito por Eric Flor Francisco, terapeuta integrativo e colunista do portal Personare.

A gente costuma pensar que as estações do ano são apenas mudanças climáticas marcadas pela primavera, verão, outono e inverno, só que na verdade, elas têm impacto ainda mais profundo em nossas vidas, e é isso que vamos ver aqui.

Além dessa função mais conhecida, elas também influenciam diretamente nas atividades diárias de nossas vidas, seja num sono mais longo ou mais curto, refletindo diretamente na nossa forma de pensar, comer, falar e principalmente agir.

Você pode se perguntar, e por que isso acontece? A explicação é, tudo está relacionado à quantidade de luz que a terra recebe, portanto diretamente nos seres vivos, incluindo os seres humanos.

Então, toda a mudança de luz ocasionada pela demarcação das estações, funciona como uma espécie de sinal afetando o nosso relógio interno de cada um desses seres viventes, e é este relógio interno que vai governar todos os ciclos da vida, como o de sono por exemplo, repercurtindo em tantas outras funções diárias, como mencionado antes.

Veja bem, assim como todos os animais, temos adaptações corporais, e até mentais a cada estação. Eu questiono então, o que aconteceria se não houvesse mais estações climáticas tão definidas? E se não houvesse mais qualquer percepção do que uma estação nos propicia? Você consegue imaginar o quanto não seríamos afetados?

Se diante dessas perguntas você respondeu que seria um caos, acertou! Sim, porque haveria um desequilíbrio e tudo entraria em desordem. Em alguns lugares do mundo isso realmente não ocorre, e as estações no ano não são muito bem definidas. Por aqui pelo Rio de Janeiro costumamos dizer que, até tem períodos climáticos bem definidos, são eles, do calor agradável ao calor insuportável, e do quase morte por calor chegando no quase afogamento por chuvas.

O verão bate à porta, e você conseguiu “invernar”?

Acredite, ainda estamos no inverno! Poderíamos até criar um novo nome para estação climática que estamos vivendo, talvez “pandemic-erão” (aludindo para Pandemia e Verão). Isso mesmo, mas brincadeiras à parte a verdade é, estamos quase adentrando no verão, mas ainda não “invernamos”, sequer “primaveramos”.

Isso é um grande problema, porque estamos num eterno outono, numa estagnação climática proporcionada pela pandemia de Covid-19.

Tanto a medicina chinesa quanto outras medicinas estão em consonância quando se fala que cada estação influencia diretamente em nossos comportamentos, nossas principais deficiências ou demandas, e nossa energia básica facilitadora ou propulsora.

Eis aí o problema, esse atraso em não cumprir e vivenciar a estação necessária causa desequilíbrio e desordens em nossas funções e processos cíclicos. Vamos entender melhor, desde março deste ano enfrentamos um longo outono que parece eterno, com potencialidade de inverno, já que fomos “isolados” e trancados em nossas residências.

Esse isolamento foi propositor para um olhar mais sensível acolhendo desafios mentais, emocionais, físicos e organizacionais para alguns indivíduos. Já para outros tem sido um tempo tanto quanto desafiador, pois para esse olhar acontecer seria necessário “invernar”, entrar em contato com seu eu para verificar suas questões pessoais, suas demandas, enfim vivenciar o seu inverno.

Segundo a medicina chinesa o inverno é o tempo de avaliar tristeza e apego, pois o metal é o elemento regente, e tem como órgãos envolvidos o pulmão e o intestino grosso. Mas diante de tantos meses isolados, quem conseguiu de fato “invernar” com tamanho aumento de atividades dentro da rotina diária?

Quem conseguiu lançar o olhar para o seu eu, verificar as questões pessoais e assim dar o passo do florescimento na primavera? Pois bem, com o afrouxamento das medidas do isolamento, tamanha era a frustração, as insatisfações (energias básicas do órgão fígado) e o desespero por causa da solidão, que muitos usaram a primavera para “suprir” suas questões não acolhidas. Ou seja, foi uma tentativa de vivenciar o seu próprio inverno.

A primavera por si, trás uma energia mais “raivosa”, propulsora, desafiadora germinanticamente falando, porém, mais inconsequente, e isso fez em conjunto com outras questões astrológicas, um enorme desafio, entre olhar e se curar ou se anestesiar através da inconsequência.  

Através do olhar terapêutico, venho me questionando, será que o verão que tanto esperamos, para vivenciar a liberdade, virá com o real vigor e alegria? Ou estaremos em depleção de energia (nesse caso fadigados, irritados, estafados)?

Não houve o momento de invernar tão necessário, e por assim fazer reservas de energia para então florescermos. Logo teremos um olhar menos mágico paras as questões da vida cotidiana. E “veranear” não vai ser com a mesma euforia de sempre para gastar a energia que deveria ser reservada no inverno.

Perspectivas futuras

O ano ainda não acabou, ainda temos tempo, em pesar que estamos sendo avisados para as grandes mudanças que aconteceram a partir do dia 20 de dezembro, temos um 2021, com premissa de nos percebermos num caos climático interno e externamente.

No ano novo chinês que começa no dia 12 de fevereiro, temos como regente um boi metal, que tem como função nos facilitar ou desafiar ao olhar nossas questões como disciplina, determinação, paciência, lealdade, franqueza, impulsividade, teimosia, autossuficiência.

Com um olhar mais yin, a energia feminina será mais presente nesse ano, e isso trará mais profundidade nos, já que esse ano não “invernamos”. O ano não acabou e ainda temos algum tempo, embora estamos sendo avisados de grandes mudanças que acontecerão a partir do dia 20 de dezembro.

Essas mudanças prometem um 2021 dentro de um caos climático tanto interno quanto externo. No ano novo chinês que começa no dia 12 de fevereiro, o regente do ano de 2021 será um boi metal, que tem como função nos facilitar ou desafiar o olhar de nossas questões como a disciplina, a determinação, a paciência, a lealdade, a franqueza, a impulsividade, a teimosia e a autossuficiência.

Numa perspectiva energética com um olhar mais yin, a energia feminina, será mais presente nesse ano, e isso trará mais profundidade para nos auxiliar a lidar com os processos individuais do eu de cada um, já que no ano 2020 não “invernamos.


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